A Associação Pernambucana de Apicultores e Meliponicultores - APIME com muita honra e alegria anuncia que o vencedor do Prêmio Vasconcelos Sobrinho 2019, Categoria Personalidade do Meio Ambiente, é João Luiz Aleixo da Silva, Lula do Mel, com o trabalho. projeto "Solar das Abelhas, um Centro de Educação Ambiental de referência sobre abelhas em Pernambuco".
A APIME, em outubro de 2019, fez a inscrição do trabalho/projeto de Lula do Mel intitulado "Solar das Abelhas um Centro de Educação Ambiental
de referência sobre abelhas em Pernambuco", sem que o próprio autor soubesse, para concorrer ao referido Prêmio na categoria Personalidade do Meio Ambiente. O Concurso foi lançado através de Edital pela Agência de Meio Ambiente de Pernambuco - CPRH que anualmente premia pessoas e instituições que se destacaram na área de meio ambiente.
No dia de hoje, 04.12.19, Lula do Mel liga para Alexandre Moura muitíssimo alegre por ter recebido uma ligação da CPRH comunicando o resultado de que ele tinha sido classificado em primeiro lugar nessa categoria e a ele foi afirmado: "que a sua alegria e orgulho são nossos também, de todos que fazem a APIME, pois você é um sócio que nos representa e tem história. É uma premiação justa! O Prêmio Vasconcelos Sobrinho enaltece o premiado e nesse caso o premiado valoriza o Prêmio
.
Assim, estendemos o Convite para que todos possamos estar juntos na entrega dessae valioso prêmio a Luiz Aleixo, que será´no dia 16 de dezembro de 2019, as 15 h 30 min, no Auditório do Cais do Sertão, localizado no Armazém 10, na Av. Alfredo Lisboa, no bairro do Recife (Recife Antigo) - PE.
Parabéns a Lula do Mel, Parabéns a APIME!
Parabéns a resistência ambientalistas, sempre na luta!
O Projeto foi inscrito com o seguinte texto:
SOLAR DAS ABELHAS, um Centro de
Educação Ambiental de referência sobre abelhas em Pernambuco.
Primeira iniciativa de criação de um centro de Educação
Ambiental sobre abelhas no Estado de Pernambuco, quiçá no Nordeste. A
iniciativa foi de João Luiz Aleixo da Silva, conhecido como Lula do Mel,
apicultor e meliponicultor que nasceu e vive em Caruaru-PE, cidade que dispensa
apresentações. Mas, a diversidade cultural regional da cidade, não poderia
deixar de inspirar o biólogo de formação, o poeta e tocador de realejo de
coração a propor algo grandioso e a altura de sua cidade que foi o Solar das
Abelhas. O nome por si só já é
encantador ao imaginar a luz solar a iluminar de conhecimento e imaginação os
que visitam aquele espaço.
Erguido com uma arquitetura respeitando o padrão construtivo
tradicional, com tijolos “batidos”, aparentes, com telhados a vista, chão de
laje cerâmica e janelas amplas. E que janelas têm este Solar! Todas em formato
hexagonal, referindo-se às celas das abelhas com seus seis lados ou seis
ângulos, como queiram. Como as janelas,
por onde nossos olhos se voltam, veem estruturas hexagonais: bancos, adornos,
portões e tantas outras coisas, como a cerâmica que reveste a cozinha com
hexágonos pequenos, coisa linda de se ver. Cozinha esta que é a recepção para
se degustar um café orgânico passado na hora com água tirada do pote de barro
com cochas de bordas recortadas e pontiagudas lembrando que menino travesso não
deve beber água botando a boca na concha. Café feito, adoçado com mel ou açúcar
mascavo a gosto, ou não, para junto ser
degustado com queijo de Sanharó, cidade com nome de abelha do agreste
pernambucano, bolachas salgadas, “mata fome” com gostinho de erva doce,
bolo e principalmente com boa conversa.
Mas, o Solar com sua simplicidade e beleza imponente fica na
parte mais alta de um terreno onde compõe um simples complexo (parece
antagônico, mas é isso mesmo) cultural localizado na área denominada de
Pontilhão, em razão de ser à margem da antiga linha férrea que ali existia em
funcionamento a tempos outrora.
Ao chegarmos entramos por um lindo portão em formato.....
adivinhem formato de que? E sobre o qual
tem uma jardineira. Sobe-se um batente de lajotas e temos acesso à porta
central do Solar cujo entornos são adornados com desenhos singelos de flores
feitos a mão delicada da psicóloga e artista plástica Marta Sales. Ao lado um
sino para ser tocado pelos visitantes em ritual de boas vindas.
Ao adentrarmos, os
olhos querem se dirigir para todos os lados ao mesmo tempo para ver tudo que
ali se encontra. Ao fundo, uma música relaxante e junto ao som dos ventos nos
acalmam para conseguirmos ver o que ali tanto tem. Um espaço cheio de
banquinhos de madeira com estofados nos seus assentos é um verdadeiro convite
para relaxar, mas isso se faz para ouvir as palestras ali ministradas, cujo tema
principal é a importâncias das abelhas na natureza, com o foco na polinização,
serviço ambiental realizado com muita eficiência pelas abelhas. O lema é: “Sem
Abelhas, Sem Alimentos”. Ao fundo temos um manequim de apicultor apresentando
sua indumentária, fumigador e colmeia. Os visitantes infantis são recebidos por
arte-educadores, que depois convidam os alunos visitantes para assistirem um
filme sobre a polinização das abelhas e juntamente com uma cartilhinha sobre o
tema, as crianças interagem respondendo os questionamentos-desafios contidos
nela. Uma forma participativa e empolgante para todos.
Ao lado do manequim apicultor tem uma prateleira contendo os
produtos das abelhas ali a serem apresentados: mel, própolis, cera.
Ao lado direito do salão, encontramos prateleiras repletas de
colmeias de abelhas nativas, abelhas sem ferrão. São abelhas Uçuru, Uruçu-Mirim,
Mosquito, Jataí e outras todas em colmeias que podem ter seu interior observado
a partir da abertura das tampas das colmeias que estão por dentro protegidas
por uma lâmina de acetado transparente, possibilitando se ver o interior das
colmeias sem que as abelhas saiam. Do outro lado da parede vamos encontrar as
“saídas” das abelhas, saídas estas, obviamente interligadas ao interior das
colmeias que estão na prateleira. Cada saída ou entrada das colmeias é adornado
com um prato cerâmico da artista plástica caruaruense, Geysiane Aleixo. Nessa
parte, o visitante pode observar o movimento de saída e chegada das abelhas a
campo, e que por vezes se pode vê-las trazendo em suas patinhas, corbículas,
bolotas de pólen para ser armazenado em potes de alimentos feito de cera no
interior das colmeias. Também pode se observar o tamanho e cores variadas das
diversas abelhas.
Mas, o Solar das Abelhas é um espaço de promoção! Promoção
das pessoas, da cultura, do conhecimento, de arte e de formação. Lá se propõem
a realização de palestras, cursos de formação e até de intercambio técnico
cultural como foi a realização de palestra sobre a apicultura luso, realizada
no entorno de Lisboa (2019).
O espaço conta com jardins, um apiário no entorno do Solar
onde abelhas Apis melífera são criadas com o objetivo didático de se
apresentar a criação de abelhas com ferrão. Integra também o Solar, a
sementeira de espécies nativas da caatinga. Tecnologias sociais como sistema de
coleta de água de chuva, com cisterna para guarda-la com qualidade e forno
ecológico a lenha.
A proposta de Educação Ambiental do Solar das Abelhas é
inovadora em função dos trabalhos serem realizados em conjunto com escolas da
região, cuja cartilha é trabalhada durante o ano escolar pelos professores, com
temas, atividades e desafios para os estudantes e com a interação por meio de
visitas ao Solar em momentos estratégicos da programação proposta na cartilha.
Uma proposta de educação ambiental ampla que integra diversos atores
interessados e com potencial de
contribuir diretamente na implementação das Politicas Públicas de Educação e
com outras política públicas e com a sociedade pernambucana no desafio do desenvolvimento
sustentável.
O Solar das Abelhas foi fundado em 2018 a partir de uma
iniciativa exclusiva do João Luiz Aleixo da Silva, Lula do Mel, que com
recursos próprios, optou em realizar seu sonho de criar esse espaço e
socializa-lo com a sociedade pernambucana, surgindo mais um marco cultural e
educacional para Caruaru, incrustrado no Alto do Moura, lugar melhor não
poderia ser, para raiar o Solar das Abelhas!
21/10/2019
(Texto: Alexandre Moura - APIME)
1.8 Justificativa
Diante
da importância que as abelhas exercem no planeta, na perspectiva da polinização,
onde alimentos, produção de sementes e perpetuação das vegetações nativas tem
elas interferência direta e por outro lado diante das ameaças que esses insetos
polinizadores vem sofrendo gradativamente, com o aumento do uso agrotóxicos,
mudanças climáticas e outras formas de destruição dos habitas, se faz
necessário que a população passe, através do conhecimento sobre elas e sua
importância na natureza, a terem condições de se tornar aliada na sua proteção.
Nada melhor para isso que trabalhar a partir de Educação.
Assim,
unir a fascinação que as abelhas exercem sobre as pessoas com a gama de
assuntos que a elas e a natureza estão relacionados, e a possibilidade disso se
abordas temas voltados a conservação ambiental, motivou a idealização do Solar
das Abelhas em pleno agreste semiárido pernambucano como um Centro de Educação
Ambiental.
1.9 Objetivos
- Promover Educação Ambiental voltada a conservação e preservação, principalmente para crianças e jovens escolares, utilizando como tema chave as abelhas nativas e Apis melífera.
- Difundir conhecimentos sobre meio ambiente de forma prática e abordando temas variados com exemplos de atividades e tecnologias de adaptação às mudanças climáticas e ao convívio com o semiárido.
1.10
Descrição das ações desenvolvidas
- Realização de palestras sobre as abelhas e meio ambiente.
- Visita ao Meliponário para conhecer abelhas e suas colmeias “in situ”;
- Recebimento de Escolares e Universitários para aulas de formação e aulas práticas
- Centro Cultural sobre as Abelhas como referência para o recebimento de uma gama de pessoas e profissionais, da área de ciências e de cultura.
- Promoção de práticas de Tecnologias de Adaptação ao Semiárido com os visitantes estimulando e difundindo esse conhecimento.
1.11 Resultados alcançados
- Primeiro Centro de Educação Ambiental sobre abelhas no Estado de Pernambuco;
- Realização de dezenas de atividades voltadas a Educação Ambiental com crianças, jovens de escolas;
- Realização de cursos de formação técnica;
- Difusão de conhecimento sobre abelhas, meio ambiente e tecnologias sociais.
- Funcionamento de um Centro de Educação Ambiental com a utilização e funcionamento de tecnologias sociais adaptadas ao semiárido nordestino
- Resgate da cultura e conhecimento popular através do diálogo dos saberes
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