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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Homenagem ao Casal Agroextrativistas Amazônicos

Casal de Extrativista e Ambientalistas: José Claudio Ribeiro da Silva e  Maria do Espírito Santo da Silva

 Viviam no Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira, a 45 quilômetros de Nova Ipixuna, no sudeste do Estado do Pará

Sr. José Ribeiro e a Sra. Maria do Espírito Santo da Silva foram assassinados no Estado do Pará no mesmo dia em que Deputados Federais (a maioria) aprovaram a Alteração do Código Florestal, dia 24 de maio de 2011.

O Casal de Extrativistas combatiam o desmatamento no Assentamento AgroExtrativista a mando de madeireiros da região, os mesmos que tem interesse na alteração do Código Florestal.

Conhecidos pelo trabalho de liderança no Assentamento, pela militância ambientalista e pelo amor a natureza eram bem conhecidos e participavam de movimentos ambientalistas.

“Eu defendo a floresta em pé e seus habitantes, mas devido esse meu trabalho sou ameaçado de morte pelos empresários da madeira, que querem derrubar tudo” (denunciava José Cláudio (em um vídeo gravado durante um encontro de ambientalistas em Manaus - AM, em 2010).

Por "defenderem a floresta em pé e seus habitantes" defendiam também as abelhas nativas!

Saiba mais consultando:





 http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/pa/meu+tio+foi+vitima+do+descaso+afirma+sobrinha+de+casal+extrativista/n1596976019041.html#cb=f2667207d57a64&origin=http%3A%2F%2Fultimosegundo.ig.com.br%2Ff17624a379029b5&relation=parent&transport=flash&frame=f1ad7d7fd25dc59

quinta-feira, 26 de maio de 2011

SEMANA DE MEIO AMBIENTE

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DO MEIO AMBIENTE DO ESPAÇO CIÊNCIA




PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DO MEIO AMBIENTE DO
 JARDIM BOTÂNICO DO RECIFE

























domingo, 22 de maio de 2011

22 de Maio

 Apicultores, Parabéns pelo seu dia!


Adicionar legenda

Vestido em sua indumentária branca - macacão, máscara, bota e luvas - se adentra no apiário lançando fumaça sobre as abelhas, que junto àquela,  formam uma núvem sonora de batidas de asas. Lança o olhar sobre tudo, mais atento fica para os favos, de cria ou de mel, olha para ver posturas de rainha, ver se está tudo bem, se tem alimento, se há presença de praga ou doença. Colhe ou recolhe-se. Leva os favos para a casa, do lar ou de mel. Carrega melgueira, desopercula favos, centrifuga quadros, peneira o doce líquido, decanta o mel. Enfim, envasa ou engarrafa o precioso líquido. Está aí seu troféu do merecedor esforço.  Admiração pelo que faz não falta. Até se orgulha, orgulho bom! Reconhece a benevolência da natureza e quando arrisca  esquecer a ferroada faz lembrar, que sem ela, a abelha, nada disso seria possível. (Alexandre Moura)

Parabenizo todos os Sócios da APIME por este dia!




Foi um grupo desses profissionais e "hobbistas" apaixonados por esta atividade que a 20 anos atrás (em abril) se reuniram para criar a primeira Associação de Apicultores e Meliponicultores de Pernambuco.

O data de 22 de maio foi escolhida para comemorar o Dia do Apicultor por uma razão religiosa: A história de Santa Rita de Cássia, que nasceu nesse dia. Veja a essa história.


Os pais de Santa Rita, Antônio Mancini e Amata Ferri, formavam um casal exemplar e eram conhecidos pelos seus concidadãos como "pacificadores de Jesus Cristo". Gozavam de imenso prestígio e autoridade no meio daquela gente por causa de suas virtudes. Sua ocupação diária era visitar os vizinhos mais necessitados levando a eles ajuda espiritual e material.
Para que sua felicidade fosse completa, porém, faltava ao casal um filho que estreitasse ainda mais seu amor. Apesar da idade avançada de Amata, eles não deixaram de confiar em Deus e foi assim que o Senhor atendeu às suas preces: conta a história que um anjo apareceu à ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos pois fora escolhida por Deus para manifestar a todos os seus prodígios.

Em 1381 nasceu esta admirável criatura que foi batizada em Santa Maria dos Pobres, em Cássia, porque o pequeno povoado de Roccaporena somente passou a ter uma pia batismal em 1720. O nome de Rita, diminutivo de Margarida (Margherita, em italiano) foi revelado pelo anjo, e com esse nome a Santa se tornou conhecida para sempre.

Quando Antônio e Amata iam trabalhar nos campos, colocavam sua filhinha em um cestinho de vime que levavam consigo e abrigavam-na à sombra das árvores.

Um dia, enquanto lavradores e pássaros cantavam em uníssono, a criança sonhava com os olhos voltados para o céu azul. Foi quando um grande enxame de abelhas brancas a envolveu fazendo um zumbido especial. Muitas delas entravam em sua boca e aí depositavam mel, sem a ferroar, como se não tivessem ferrões. Nenhum gemido da criança aconteceu para chamar a atenção de seus pais; ao contrário, a pequena Rita dava gritinhos de alegria.

Enquanto isso, um lavrador que estava próximo feriu-se com uma foice recebendo um grande talho na mão direita. Dirigindo-se imediatamente para Cássia a fim de receber os necessários cuidados médicos, ao passar perto da criança viu as abelhas que zumbiam ao redor de sua cabeça. Parou e agitou as mãos para livrá-la do enxame. No mesmo instante, sua mão parou de sangrar e o ferimento se fechou. Ele deu gritos de surpresa, o que chamou a atenção de Antônio e Amata que correram ao local. O enxame, por poucos instantes disperso, voltou ao seu lugar e mais tarde, quando Rita foi para o mosteiro de Cássia, as abelhas ficaram nas paredes do jardim interno.

Santa Rita de Cássia
Este fato é relatado por todos os biógrafos da Santa e transmitido pelas tradições e pinturas que a ele se referem. A Igreja, tão exigente para aceitar as tradições, insere esta circunstância nas lições do Breviário. Tendo atribuído o nascimento de Rita a um milagre, seus pais também atribuíram este acontecimento a um prodígio divino.

Fontes:



APIME no Congresso Nacional contra a Alteração do Código Florestal

A APIME vem trabalhando a meses para evitar que haja a alteração do Atual Código Florestal, na Câmara Federal.

Nesta quinta-feira, dia 19 de maio, a APIME esteve no Congresso Nacional,  em Brasília-DF para junto aos Deputados Federais Pernambucanos dizer-lhes que nossa  posição é de ser contra a alteração do atual Código Florestal que diminua qualquer que seja as áreas protegidas por lei, seja Área de Preservação Permanente ou Reserva Legal, bem como qualquer isenção de pagamento de multa e/ou a obrigação de reparação do dano ambiental de infratores do Código Florestal.



Foram entregues a cada um dos 25 Deputados Federais o manifesto da APIME: "O CÓDIGO da vida É NÃO ALTERAR O CÓDIGO florestal" . No documento afirmamos que A ALTERAÇÃO NO CÓDIGO FLORESTAL PREJUDICARÁ A CONSERVAÇÃO DOS POLINIZADORES (ABELHAS NATIVAS) E OCASIONARÁ A DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO AGRICOLA NA ATIVIDADE DA AGROECOLOGIA E DA AGRICULTURA FAMILIAR.

Foi anunciado nesta semana que será colocado em votação, nesta próxima terça-feira, dia 24 de maio, o projeto de lei que visa alterar o Código Florestal Brasileiro. É necessário que cada um de nós façamos o maior esforço possível para impedirmos esse desmando defendido pelos ruralistas, infratores ambientais e por alguns deputados federais "lobistas". Temos que ligar constantemente para os Deputados em que votamos e exigir que não se vote esse projeto de lei.
O "jogo" é pesado. Tem interesses de toda natureza e de toda parte. Como me disse uma assessora de um deputado pernambucano "entre o céu e a terra tem muito mais coisas (interesses) que possamos imaginar". Mas, orientou ela, que só há uma possibilidade: pressão e pressão, principalmente nos líderes de partidos e das frentes parlamentares além do relator do projeto.
Interesses e chantagens é o que não falta nesse jogo.
De perto, no Congresso,  é que percebemos a fragilidade dos processos legislativos, que nos seus "emaranhados" de procedimentos, manipulam-se processos em interesses particulares (mesmo de grupos) em detrimento da causa coletiva, da razão, da técnica, do científico e do justo, como está sendo o caso do Código Florestal Brasileiro.
Esta era uma etapa necessária para mantermos a luta contra esse desmando e deixar todos os deputados cientes das consequências negativas e irreparáveis quanto à conservação das abelhas nativas como agentes polinizadores se forem a favor da alteração do Código. Nosso material foi entregue no Gabinete do  Deputado Aldo Rebelo (PCdo B), relator do projeto de lei que propõem alterar o código florestal, maior interessado e o maior defensor dos desmandos nele contido.                                       

                                                  Os Deputados com que tive oportunidade de ouvir suas declarações contra a proposta de alteração do Código foi Fernando Ferro de Pernambuco e o Padre João de Minas Gerais e do chefe de gabinete do Dep. Raul Henry. Vamos procurar saber  dos demais, de cada um deles, o seu posicionamento antes da votação. Precisamos pressionar, principalmente os líderes de partidos e de frentes parlamentares.
 Lamentavelmente, constatamos o distanciamento do processo legislativo e o povo. Em nenhum momento, nenhum deputado propiciou, aqui em Pernambuco, um debate, uma audiência pública sobre o assunto (excessão em Petrolina onde o Relator do Projeto esteve para receber apoio do agronegócio).
Não houve nenhuma discussão no Conselho Estadual de Meio Ambiente, instância máxima da Política Ambiental no Estado, sobre a alteração do Código Florestal, mesmo tendo sido solicitado pela APIME em Reuniões Ordinária e Extraordinária. É como nada tivesse acontecendo ou a vir acontecer, ou nada se tem haver.
Não houve discussões com a Secretaria de Agricultura do Estado, na qual existe a Secretaria Executiva da Agricultura Familiar, que por seu perfil, não admitiria como norma legal para os agricultores familiares o que se pretende modificar no atual Código.
Vamos a luta! Ligue para seu Deputado! Mande e-mail para seus amigos e solicite que eles liguem para cada um deles. Ligue, ligue a cobrar, mande e-mail só temos  segunda e terça feira.
Disponibilizamos uma relação de endereços abaixo:



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Projeto "Polinizando o Mangue" aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente de Itamaracá


A APIME e o Instituto Oceanário, em parceria, elaboraram o  "Projeto  Polinizando o Mangue", 

O Projeto foi embasado no conceito de desenvolvimento sustentável e apresenta a apicultura como uma alternativa para os pescadores artesanais de Vila Velha - Ilha de Itamaracá - PE, proporcionando a criação de novas oportunidades econômicas e a melhoria da qualidade de vida dos pescadores locais.


O Projeto Polinizando o Mangue foi apresentado nesta útlima quarta-feira, dia 18.05, ao Conselho Municipal de Meio Ambiente de Itamaracá, cujos conselheiros aprovaram a sua execução utilizando-se da fonte dos recursos financerios disponíveis no Fundo Municipal de Meio Ambiente.

Serão implantados núcleos de apicultura familiar (apíários familiares) através de ações integradas com a comundidade de pescadores . O objetivo é o desenvolvimento sócioeconômico desses pescadores e a conservação das áreas de manguezais e reservas florestais do entorno da localidade, através da polinização realizada pelas abelhas e de ações de educação ambiental.

O Projeto terá como atividades/etapas:
  • A realização de palestra (fase de motivação dos pescadores),
  • Identificação e seleção de 20 pessoas a serem contempladas com o projeto.;
  • Realização de Curso teórico e prático;
  • Identificação de localidades para implantação dos apiários;
  • Instalação das colméias (100 colméias) e Assistência Técnica.
A solicitação de um projeto de apicultura tinha sido feito à APIME, pelo Secretário de Meio e Ambiente de Itamaracá, Sr. Jean  Carlos. A Prefeitura da Ilha de Itamaracá será entidade parceira.









domingo, 15 de maio de 2011

APIME participa do I Workshop de Seleção de Áreas Prioritárias para Conservação do Bioma Caatinga

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) promoveu nesta sexta-feira, 13.05, às 9h, no auditório da Secretaria de Ciência e Tecnologia – SECTEC, o I Workshop de Seleção de Áreas Prioritárias para Conservação do Bioma Caatinga.
O objetivo do encontro foi identificar novas áreas prioritárias para a criação de Unidades de Conservação Estaduais no Bioma Caatinga em Pernambuco.

Áreas Sugeridas para Criação de Unidades de Conservação em Pernambuco - MMA

 
A ação está sendo coordenada por um grupo de trabalho que desenvolve trabalhos desde setembro de 2010 sendo formado pela Semas, Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Codevasf, Ibama, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga em Pernambuco (CERBCAA) e Ministério do Meio Ambiente.
 
Os técnicos representantes do Ministério do Meio Ambiente fizeram uma apresentação que  mostrou os diversos aspectos que justificam a criação de Unidades de Conservação com a citação da conservação, entre elas a conservação das abelhas jandaíras e suas criações racionais. 



 
A APIME esteve presente ao Workshop e evidenciou a necessidade de se preocupar com a categorização das Unidades de Conservação a serem criadas em virtude de algumas categorias de "Uso Sustentável" não garantirem a conservação das abelhas (dos seus locais de nidificação), a exemplo das Florestas Nacionais, que fazem exploração de produtos madereiros.
 
Também informou aos presentes que já está havendo discussões junto a diversas instituições, como a Secretaria de Agricultura e IPA,  sobre propostas de proteção da umburana de cambão destinada a conservação dos ninhos das abelhas nativas (proposta da APIME, cuja origem foi o Congresso Brasileiro de Apicultura em 2006) que extrapola os limites das Unidades de Conservação, mas que devem ser consideradas para a criação de unidades de conservação, principalmente aquelas previstas para regiões cuja a madeira é utilizada para a confecção de artesanato como o Moxotó.
 
 
As sugestões apresentadas para áreas de Unidade de  Conservação surpreenderam em razão das justificativas de proteção da fauna, ainda tão rica, ao mesmo tempo tão ameaçadas, como a região de Serra Talhada, onde onças pardas e outros felinos ainda são vistos (e lamentavelmente caçados) e outros animais como veados caatingueiros e porcos queixadas.
 
 Os trabalhos terão continuidade em outras reuniões em que a APIME certamente estará presentes.
 
O Secretário de Meio Ambiente, Sérgo Xavier, disse da necessidade de se ter informações disponíveis em banco de dados, de informações técnicas e de referência de acesso fácil,  que subsidiem os diversos trabalhos e propostas voltada para a conservação do meio ambiente.
 
A participação é fundamental para contribuirmos com a preservação do Bioma Caatinga e o cumprimento das Políticas Públicas Ambientais de Pernambuco, especialmente à Política de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (Lei Estadual 14.090 de 17 de junho de 2010) e da Política Florestal do Estado de Pernambuco.




Sites sugeridos:
Ministério do Meio Ambiente - Núcleo Caatinga www.mma.gov.br>biodiversidade e florestas>caatinga

sábado, 14 de maio de 2011

Estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco visitam Meliponário da APIME


Nesta quarta-feira, dia 11 de maio de 2011, estudantes da disciplina Prática de Ensino de Ciências do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco tiveram atividade acadêmica no meliponário didático da APIME no Parque Dois Irmãos.

  




Inicialmente, no teatro do Parque Dois Irmãos, foi ministrada aula teórica sobre noções de meliponicultura, com ênfase na importância das abelhas como agentes polinizadores  e para agricultura familiar.
  



Foi destribuido folder da APIME "O CÓDIGO da vida É NÃO ALTERAR O CÓDIGO florestal" e debatido as conseqüências negativas para as abelhas nativas das possíveis alterações propostas para o Código Florestal em discussão na Câmara Federal.
Em seguida, o grupo de 35 alunos foi visitar o Meliponário onde tiveram possibilidade de conhecer a espécie uruçu (Melipona scutellaris) e moça branca e verificar o interior das colméias, passando a conhecer a estrutura dos  seus ninhos.


 














A proposta dessa atividade foi da professora da disciplina, Carmem Farias, cujo objetivo foi desenvolver junto aos alunos, temas e conceitos de ensino de ciências e demonstrar a potencialidade do meliponário no promoção de trabalhos de educação ambiental.


Essa vivência dos alunos, na aula teórica e na visita ao meliponário,  será base para realização de trabalho de avaliação da referida disciplina.  
  
Agradecemos à Professora Carmem pelo convite feito a APIME para participar desse momento de diálogo e formação junto aos seus alunos.


Esperamos que no próximo semestre possamos estar recebendo novas turmas visitando nosso meliponário!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica cria Blog

Informamos que o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) criou seu Blog cujo objetivo é melhorar a comunicação e articulação entre instituições e interessados.

Blog da Mata Atlântica CERBMA/PE

 Os objetivos da Rede da Biosfera da Mata Atlântica são:  a conservação da biodiversidade, o incentivo à pesquisa científica e as ações de educação ambiental.

O link para o blog do comitê é http://comitemape.blogspot.com/


Existe ainda o Site da Rede de Gestores de Unidade de Conservação cujo  link é http://redegestoresucdocep.ning.com/

João de Oliveira
Analista ambiental - Biólogo - CPRH e
Integrante da APIME

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A emergência do Código Florestal

Por João Arnaldo Novaes
Advogado, analista ambiental, ex-Superintendente do IBAMA-PE e  ex-Secretário Executivo de Desenvolvimento e Articulação Regional de Pernambuco
Seguidor do Blog da APIME.

Vivemos um momento delicado do debate sobre o projeto de reforma do Código Florestal. A votação deve ocorrer esta semana na Câmara dos Deputados. O risco de sua aprovação é a ameaça de um enorme retrocesso na gestão ambiental brasileira.
O Código Florestal é de 1965 (Lei 4.771/65), mas apenas nos últimos anos passou a ganhar efetividade. Com o amadurecimento da gestão ambiental e principalmente após a publicação do Decreto 6.514 em 2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, várias iniciativas de órgãos ambientais e do Ministério Público buscaram dar cumprimento à Lei. A punição a proprietários ilegais, com embargo de áreas irregulares e multa pelo não averbamento da área de reserva legal, desencadeou a reação e a mobilização dos grandes ruralistas.
Assim, uma forte articulação da bancada ruralista no Congresso Nacional vem, desde o início de 2010, investindo toda sua força política para aprovar a alteração de normas do Código Florestal, que são essenciais ao meio ambiente. O objetivo é ampliar suas fronteiras agrícolas, avançando sobre as áreas destinadas a preservação de remanescentes florestais e de sua biodiversidade. Entre as medidas propostas pelos ruralistas está a anistia pelos desmatamentos ilegais ocorridos até 2008, a diminuição da faixa de preservação permanente na margem de cursos d’água e a isenção da reserva legal para áreas com até 400 hectares.
O projeto de reforma tenta unir as forças do fazendeiro que desmatou e quer legalizar o crime, com aquele que ainda não desmatou tudo e está contando as horas para passar o trator sobre a vegetação que ainda resta de reserva legal, margens de rios e nascentes, topos de morro e encostas. Ainda tem outro que está se preparando para comprar terras cobertas por florestas só para desmatá-las e jurar que o desmatamento ocorreu antes de 2008. Aí ele legaliza a área e depois ele vende por uma fortuna para um grande fazendeiro. Seria uma corrida para desmatar, alegar que desmatou antes de 2008 e requerer anistia. Na primeira semana de maio a direção do IBAMA declarou que somente a expectativa da mudança na lei já provocou aumento do desmatamento da Amazônia no primeiro trimestre de 2011.
Uma tática utilizada pelos defensores do projeto de reforma é demonstrar situações conflituosas ou aparentemente incompatíveis para o cumprimento do atual Código Florestal. Porém, em situações específicas, em que a aplicação irrestrita das normas do atual Código seja inviável, a legislação em vigor já prevê competência ao CONAMA para formular normas específicas para cada caso. Além disso, o atual Código já prevê a servidão florestal, que é uma forma do proprietário rural compensar o uso da área de reserva legal em outro local, quando o imóvel já esteja totalmente ocupado pela atividade agropecuária.
O fato é que o Brasil pode dobrar sua produção agrícola apenas utilizando as áreas já desmatadas que hoje estão improdutivas. Com o avanço tecnológico poderemos multiplicar a produção em poucas décadas, sem a necessidade de novos desmatamentos.
O último estudo realizado pelo IBGE, aponta que um quinto do território nacional (ou 158 milhões de hectares) é ocupado por pastagens para pecuária. Deste total, quase 20% estão em terras de alta ou média aptidão para lavouras. O estudo mostra que o aumento da produtividade da pecuária permitiria diminuir a área de pastagens e liberaria até 69 milhões de hectares para a agricultura, diminuindo a demanda pela abertura de novas áreas. Os 69 milhões de hectares equivalem aos territórios somados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Usar todas essas terras significaria dobrar a área agrícola brasileira.
Pesquisadores da EMBRAPA e diversos outros ligados à SBPC, alertam para a importância dos remanescentes florestais previstos no Código Florestal, não só para conservação da biodiversidade e dos mananciais, além do controle de pragas, mas para garantir o próprio aumento da produtividade agrícola.
Então, por que a emergência em fazer a reforma do Código Florestal? Agora, imagine se outros setores produtivos pegarem carona nos ruralistas e comecem a articular a flexibilização de outras normas ambientais só para garantir aumento de sua lucratividade?
A emergência do Brasil é erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável. Sendo bem aplicado, o atual Código Florestal pode ser um grande aliado de todos, inclusive do produtor rural.

sábado, 7 de maio de 2011

Abelha do Semiárido nidifica no Recife

Registramos nesta postagem um fato ilusitado, de grandes significados e por não dizer de emoção.

No dia 06 de maio de 2011, equipe da APIME realizou um resgate de três ninhos (colônias) de abelhas. Uma colônia de abelha africanizada, do gênero Apis e duas outras de abelhas nativas, sendo uma do gênero Melipona, todas localizadas em uma mesma árvore.
Sabemos que no período de chuvas diversas árvores tem seus troncos e galhos caídos ou mesmo há tombamento completo das mesmas.

Isso ocorreu também, esta semana, no pátio do estacionamento do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, DNOCS, localizado na Rua Cônego Barata, 999, no bairro da Tamarineira, Recife - PE, quando uma árvore de Espatódia teve parte do seu fuste (tronco) rompido e caído.


Nesta árvore foi visto um ninho de abelhas Apis, com ferrão, ocupando a cavidade do seu tronco.

Fui avisado por um rapaz, que lava carros, da presença delas naquele local e me perguntou se  ali "tinha mel" e se eu poderia tirar as abelhas, na verdade o mel para ele.



Ao vistoriar a árvore, verifiquei que  o ninho da Apis estava exposto na extreminade superior da parte do tronco que ficou de pé.

A entrada das abelhas para o interior da colônia  se dava em uma pequena abertura em um "nó" localizado na parte mais baixa do tronco.




Observando de perto os restos dos troncos caídos, fui alertado para ter cuidado, pois tinham abelhas entrando em um destes galhos.
Aí, ao observar em outro "nó" de um tronco ao chão, estava a entrada de uma abelha nativa!
A entrada não deixava dúvida, era uma Melipona, uma uruçu!


A alegria já foi grande, mas ainda estava por vir mais uma outra.
Não se tratava da uruçu verdadeira ou seja aquela que tem dispersão natural na zona da mata do litoral nordestino, não era a Melipona scutellaris!

Mas era sim a Melipona subnitida!  Isso mesmo, a Uruçu-Mirim ou Jandaíra, espécie encontrada no semi-árido do estado.

Surgiu a pergunta? como esta abelha veio parar aqui?


Ainda tinha mais! Ao observar o tronco para ver como seria a retirada do enxame, constatei a existência de mais um ninho, dessa vez de uma abelha "mosquito".

Não tinhamos muito tempo para resgatá-las dali, pois muita chuva incidia na cidade e havia sido acionado o Corpo de Bombeiros para retirar as abelhas italianas.

Então, estivemos ontem, dia 06 de maio de 2011, no local para retirá-las, resgatá-las.

Entramos em ação!

Com a presença dos irmãos meliponicultores Adgerlan, Benoni, Adegerdenes, todos da APIME, iniciamos o trabalho de retirada desses ninhos.


Um trabalhão!

Podamos galhos, estudamos como os ninhos estavam dispostos nos troncos e iniciamos o corte das seções dos troncos.

Tudo isso com a presença do ninho das Apis no mesmo local, por essa razão a necessidade do uso da indumentária apícola.

Depois de muitas podas, escoramentos, cortes e serragem, estavam os troncos seccionados com os seus respectivos ninhos de abelhas nativas.


 
A segunda etapa foi a "captura" do enxame das abelhas Apis, que exigiu o corte restante do tronco que estava oco e ocupado com os favos. Daí procedeu-se normalmente, com a disposição dos favos nos quadros, localização da abelha rainha e recolhimento das operárias para dentro da colméia.






Os  troncos contendo as abelhas nativas foram levadas para o Município de Paulista-PE onde encontra-se o Meliponário  dos irmãos meliponicultores, para que depois procedamos a transferência dos mesmos para colméias racionais.



E a pergunta precisava ainda de resposta: Como é que foi aparecer um ninho de abelha de Ururçu-Mirim naquele local dessa região (litoral) quando ela é espécie do semiárido, com ocorrência a partir do Município de Gravatá?
No bairro da Encruzilhada, que fica a aproximadamente 1,5 km do DNOCS, reside o meliponicultor da APIME, o nosso amigo Renato Barbosa, conhecido criador de abelhas nativas, principalmente Uruçu "Verdadeira" e Uruçu "Mirim" ou Jandaíra,  o qual  sempre teve em seu quintal colônias dessas duas espécies de uruçu.

Uma hipótese é que através de exameação ou enxameações dessas colônias de Renato, tenha havido a nidificação da colônia de Uruçu-Mirim no DNOCS. 

Certo mesmo é a comprovação do poder da natureza, representado nesse caso, pelas abelhas nativas, de resistir e reagir para restabelecer o equílibrio da vida.

Esse é um exemplo para todos nós, e a razão desses maravilhosos insetos ter o poder de encantar.

É mais que um exemplo, é um Presente da Vida para ser compartilhado com todos, nesse ano de aniversário da APIME.



O Blog da APIME divulgado no Jornal do Commercio

O lançamento do Blog da APIME foi divulgado pelo Jornal do Commercio (Recife - PE), Caderno Cidades (pág. 7), Seção Ciência e Meio Ambiente, no dia 29 de abril de 2011.


Agradecemos à Jornalista Verônica Falcão por mais esta significativa contribuição para a divulgação dos trabalhos da APIME.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Site do Parque Dois Irmãos registra os 20 Anos da APIME



O Parque Estadual de Dois Irmãos, fez referência aos 20 Anos da APIME, através de publicação de notícia em seu Site.

No Parque Dois Irmãos a Apime possui uma parceria desde 1998 e mantém um meliponário didático, onde recebe diversos visitantes e permite a promoção de trabalhos de Educação Ambiental.
Para conferir a notícia pode-se visitar o site:

http://www.portaisgoverno.pe.gov.br/web/parque-dois-irmaos/exibir_artigo?groupId=221638&articleId=700094&templateId=221677

APIME participa de Seminário na CPRH

A APIME participou do Seminário de Mobilização "Vozes do Ambiente": Diálogo entre Servidores, Sociedade e Governo em prol da CPRH (Agência de Meio Ambiente de Pernambuco), realizado ontem, dia 05 de maio de 2011 na sede da Associação dos Servidores dessa Agência de Meio Ambiente.

O Seminário foi organizado pelos servidores da Agência de Meio Ambiente para fazer uma análise crítica da atuação da Instituição como órgão licenciador e fiscalizador, da falta de estrutura, do esvaziamento de servidores, das condições de trabalho como a sobrecarga de atribuições e as liberações das licenças ambientais, principalmente as voltadas aos grandes empreendimentos que estão se estabelecendo no Estado.

Os Servidores tiveram como objetivo com a realização do Seminário a integração da sociedade civil em um processo de diálogo direto com os funcionários e o  Governo voltado para obter  resolução de problemas e monitoramento das ações do órgão licenciador.

A primeira palestra foi do Economista Ecológico Clóvis Cavalcanti da Fundação Joaquim Nabuco. Excelente!

Economista Ecológico Clóvis Cavalcanti - FUNDAJ



Depois foi feita uma apresentação pelos servidores da situação da CPRH  e nela falaram de um documento de análise crítica do Relatório da CPRH. Nessa análise do relatório, os funcionários identificam pontos de procedimentos da CPRH que devem ser readequados, corrigidos, mas que precisavam do apoio da sociedade civil para que fossem atendidas as recomendações.


Alexandre Moura - APIME ( 2a. a esquerda)
com servidores da CPRH que participaram do
Semináiro. Artur (camiseta amarela) é
meliponicultor e participou do Semináiro.

Em seguida, a Apime apresentou-se informando que a associação é uma entidade ambientalista e por agir também fazendo política é  participante do Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONSEMA.
Entre outras contribuições na discussão, a APIME sugeriu que o documento de Análise do Relatório da CPRH fosse encaminhado ao CONSEMA e que este poderia analisá-lo e deliberar sobre os diversos assuntos abordados. Lembrou a necessidade de se discutir a CIPOMA - Companhia de Políciamento de Meio Ambiente e suas condições de trabalho.

Agradecemos aos servidores da CPRH pelo convite para participarmos desse Seminário, em particular ao João Júnior.




terça-feira, 3 de maio de 2011

A APIME debate a alteração do Código Florestal Brasileiro




Dia 02 de maio de 2011 realizou-se, na Livraria Cultura - Recife - PE, um debate sobre Atualidades do Código Florestal Brasileiro, evento proposto e organizado por entidades ambientalistas, entre as quais a APIME.
Márcilio Luna - APEEF, Edilson Silva - Presid. PSol, Deputado Estadual Daniel Coelho e o Sr. Armando Monteiro Filho - Ex-Ministro da Agricultura e formulador do Código Florestal de 1965.


          O Debate contou com a presença dos debatedores  Sr. Armando Monteiro Filho, Ex- Ministro da Agricultura, pai do atual senador de Pernambuco Armando Monteiro Neto, o Sr. Marcílio Luna, Presidente da Associação Pernambucana de Engenheiros Florestais - APEEF, o Deputado Estadual do PV, Daniel Coelho e como moderador,  o Sr. Edilson Silva - Presidente do PSol-PE.

Alexandre Moura  representante da APIME no Debate sobre o Código Florestal Brasileiro
          A APIME se  posicionou afirmando e considerando que:
  1. A associação faz suas análises considerando  as abelhas nativas como agentes polinizadores;
  2. A proposta de alteração do Código Florestal contraria o que estabelece as Convenções Internacionais das Mudanças Climáticas, do Combate a Desertificação e da Biodiversidade, das quais o Brasil é signatário;
  3. Qualquer diminuição das áreas protegidas, sejam Área de Preservação Permanente ou de Reserva Legal prejudicará diretamente as abelhas nativas e consequentemente prejudicará a produção e produtividade agrícola em razão da diminuição do serviço de polinização realizado pelas abelhas;
  4. O Deputado Aldo Rebelo (do PCdoB - Relator do Projeto de Alteração do Código Florestal) promove  chantagem emocional com o falso discurso para a população de que se não houver a  diminuição as Áreas de Preservação Permanente e a Área de Reserva Legal poderá faltar alimento e o preço dos mesmos irão aumentar;
  5. Ao contrário que dizem os deputados ruralistas, a destruição das áreas protegidas de uma propriedade rural ameaçam a produtividade agrícola, diminuindo a produção de alimentos e assim,  podendo levar ao aumento de preço dos mesmos;
  6. Que os ruralistas estão tentando passar para a população uma idéia errada dos fatos, quando dizem que a muitos anos foram incentivados a ocupar áreas e desmatar regiões do País e agora não devem ser responsabilizados por tais fatos. Mas, o que houve sim, foi incentivo a ocupação de novas áreas agrícolas, mas não com o desrespeito do Código Florestal que está vigente desde 1965. Quem desmatou mais que a lei permitia cometou crime ambiental, não devendo ser isentado do pagamento das multas e da reparação dos danos;
  7. O aumento da produtividade agrícola pode ser muito bem alcançada sem a necessidade de abertura de novas áreas (desmatamento), bastando usar práticas e técnicas agrícolas adequadas, como o exemplo da Agroecologia, que temos um exemplo de um produtor no Estado de Pernambuco  que produz 13 toneladas de alimento em um hectare por ano;
  8. E finaliza, lamentando que se queira alterar o Código Florestal Brasileiro com argumentos equivocados e  empíricos voltados a flexibilizar as exigências ambientais, quando, ao contrário, deveria ser elevado o rigor dessa proteção, tendo como base o princípio da Precaução e os fatos ocorridos recentemente em Pernambuco e no Rio de Janeiro com as enxurrradas.
Ao final do debate foi dado o encaminhamento pela elaboração de uma Nota dos Ambientalistas aos Deputados Federais de Pernambuco revindicando que os mesmos se posicionem na Câmara Federal pelo adiamento da votação do Código Florestal prevista para essa semana.


Umburana - "Pau de Abelha" - Proteger a umburana é conservar as abelhas nativas

Umburana - "Pau de Abelha" - Proteger a umburana é conservar as abelhas nativas
Uma jovem planta de umburana de cambão