Agricultoras e pescadoras de Porto Jatobá são apresentadas à criação de abelhas
Iracema, Melissa, Débora - nomes de mulher que têm significado comum: da abelha, do mel. Como parte das comemorações pelo Dia Internacional da Mulher, a Estação Ecológica de Caetés (Esec Caetés), unidade de conservação administrada pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), convidou mulheres da comunidade de Porto Jatobá, região litorânea de Abreu e Lima, para conhecer uma nova atividade: a meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão para a produção de mel.
A Esec Caetés, localizada em Paulista, foi palco da palestra ministrada na última terça-feira (10) pelo presidente da Associação Pernambucana de Apicultores e Meliponicultores (Apime), Alexandre Moura. Atentas, as pescadoras e agricultoras de Porto Jatobá puderam conhecer um pouco sobre a história, anatomia, reprodução das abelhas e o seu importante papel na conservação da qualidade do meio ambiente.
"Em toda comunidade em que apresentamos a proposta da criação de abelhas, há um aumento na produção agrícola, por conta da polinização realizada por esses insetos", conta Alexandre. Segundo ele, as safras de caju e pitomba, por exemplo, na presença próxima das abelhas, é significativamente maior. Além disso, as abelhas imprimem uma espécie de "selo de qualidade ambiental" na produção agrícola porque, segundo ele, não existem abelhas onde há uso de agrotóxicos.
O secretário adjunto de Meio Ambiente e Agricultura do município de Abreu e Lima, Fernando Matheus, acompanhou o grupo de mulheres à palestra e ofereceu suporte dos técnicos do município para quem decidir se dedicar à atividade.
Após a palestra, a agricultora Maria Cilene do Nascimento decidiu não espantar mais as abelhas que rodeiam as flores de sua plantação de maracujá. Sem deixar os pequenos insetos fazerem a polinização e facilitar a fecundação da planta, lamentou: "Agora entendi porque a produção de maracujá foi tão pequena".
O momento mais doce do encontro foi mesmo o final da tarde, quando foi realizada a coleta de mel, diretamente dos potes cuidadosamente construídos pelas abelhas-uruçu (Melipona scutellaris), espécie nativa do litoral. Com a ajuda de uma seringa, as mulheres enfrentaram o medo do movimento frenético das abelhas - e de seu zunido - e se deliciaram com mel.
Para a gestora da Esec Caetés, Sandra Cavalcanti, foi uma satisfação promover a difusão do conhecimento e desenvolver, na comunidade de Porto Jatobá, o interesse pela meliponicultura. "Mais do que o objetivo da comercialização do mel, é importante mostrar a essas mulheres que é possível aliar seus trabalhos de pesca e de agricultura à criação de abelhas, inserindo em seu dia-a-dia um alimento nutritivo e saudável, que traz melhorias na produção agrícola da comunidade", comentou. Desde sua criação, em 1991, a Apime participa de ações educativas na Esec Caetés, partilhando conhecimentos com técnicos da CPRH e com a comunidade do entorno da Esec.NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL / CPRH
http://www.cprh.pe.gov.br/home/41709%3B38617%3B10%3B2268%3B3117.asp
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, ele é muito importante para a APIME.